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Mostrando postagens de 2010

O TEMPO COM TEMPO PARA PENSAR

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Quando o tempo é bom para refletir eu sempre quero começar com a filosofia helênica; o que me remete, desta vez, a um curto verso do célebre poeta Eurípedes: “O tempo dirá tudo à posteridade; mesmo que nada lhe seja perguntado”. Sim, um dia será assim por ali, naquelas terras acolá; onde tantas águas ainda passarão tranquilamente sob a ponte, e onde há, também, acreditem, quem que não se fazem parcelas, mas não se bastam; querem mais (ou menos); vão além e amiúdam-se, ainda mais, ante um submundo tacanho e inservível; ou, quem sabe, servindo sim, em última análise, de mal exemplo; o que os fazem, enfim, ter uma razão compreensível e bisonha de ser e/ou existir. Que fazer? “Você nunca vai chegar ao seu destino se parar e atirar pedras em cada cão que late”, muito bem disse o ex-primeiro ministro inglês Winston Churchill. Mas nem todos estão surdos, nem todas as bocas estão mudas, nem todos os olhos estão míopes. Não vai muito longe aquele tempo; duros tempos de vidas imersas

A LIBERDADE TEM PREÇO E CUSTA CARO

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A liberdade talvez seja o objetivo que o homem mais busca em sua vida. Ser livre, no entanto, não é uma definição fácil, nem um caminho curto, ou um troféu sem sacrifícios. A conquista da liberdade sempre exigiu alto preço. Direitos exercidos hoje com extrema naturalidade parecem fáceis conquistas, mas custaram humilhações, torturas, sangue e vidas... Quando pensamos em liberdade é impossível esquecer os pássaros, suas asas e o céu infinito para voar. Da mitologia grega tiramos o mais emblemático fascínio do homem pela liberdade. Ícaro, para fugir da ilha de Creta sobre o mar, para si confeccionou asas de penas e cera e foi orientado para não voar tão rente ao mar para que a umidade não deixasse suas asas pesadas; nem tão rente ao sol, para que o calor não derretesse a cera. Mas ao voar, a enorme liberdade o fez ir cada vez mais alto até toda cera derreter e cair para a morte em nome do prazer inigualável da sonhada liberdade. As modernas aeronaves de hoje com asas de metal dariam

O DINHEIRO E A FELICIDADE

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É quase uma unanimidade no mundo inteiro que o dinheiro é a condição número um para a felicidade. Quando uma ou outra opinião diverge dessa máxima é quase invariavelmente advinda de alguém que foi fantasticamente talentoso para ganhar dinheiro, mas sem a mesma habilidade para encontrar a tal felicidade. Quem caminha longe da abundância financeira certamente livra-se de toda e qualquer suspeita para discordar daquilo que, de tanto ouvirmos, somos tentados a acreditar, que o dinheiro seria mesmo capaz de fazer alguém feliz. Coloco-me no rol dessa exceção mundial, que não tem dinheiro, que não é um infeliz e que tem quedas e picos de felicidade que oscilam, graças a Deus, longe do extrato bancário. Algumas perguntas que me faço e não encontro respostas plausíveis, ao longo do tempo sustentam minha tese. Recentes dados dão conta, entre outras coisas, que se a população da terra fosse de apenas 100 pessoas, somente 20 delas seriam ricas; somente 7 teriam computador; somente 1 teria nível su

MEU VOTO NA LATA DO LIXO

Alguns dias atrás, em 07 de Abril de 2009, uma reunião da Câmara Municipal dos Vereadores de Piracuruca tomou uma decisão que me surpreendeu e me fez pensar muito sobre para onde foi o meu voto de vereador dado na eleição do ano passado. Quero crer que à minha perplexidade devem juntar-se a de muitos outros que tenham sabido do que se passou ali naquela noite; ou que a partir de agora, não tendo o desprazer de ter estado lá, toma conhecimento do inacreditável absurdo. Antes de qualquer coisa, é bom que se diga que as reuniões do nosso parlamento municipal no seu dia a dia, se dão da mais monótona forma imaginável no que tange à presença de populares no minúsculo espaço reservado a pessoas que supostamente poderiam estar interessadas em saber o que faz os nossos “nobres” edis. Salvo o olhar mirrado dos servidores da casa ali presos pela obrigação do cumprimento de um dever e de outros poucos quase sempre ligados aos “ilustres” representantes do povo, que lá estão para acompanhá-los ou p

QUANDO A POLÍCIA FAZ POLÍTICA

A Rodovia PI-113, que liga a cidade de Piracuruca ao povoado Alto Alegre, foi recentemente o sangrento cenário de uma das mais revoltantes tragédias já registradas nesta cidade. Ali o vereador eleito Daniel Doca foi alvejado e morto a tiros por assaltantes de motos no final da tarde do dia 19 de Novembro deste ano. Emudeceu uma juventude, projetos, sonhos e, uma vida foi arrancada brutalmente do seu leito calmo de simplicidade e de amizades. Frente ao sentimento de perda e de dor, não temos como esconder a revolta e o medo diante da insegurança generalizada em que todos nós vivemos e que nos torna fácil alvo da criminalidade, com tamanha inoperância e descaso do governo no trato da segurança dos piracuruquenses. Nessa estrada; que leva inúmeras pessoas, diariamente, para dezenas de comunidades rurais de Piracuruca e ao vizinho município de São João da Fronteira; assaltos e mais assaltos foram verificadas com vítimas agredidas, humilhadas, amordaçadas e, roubados seus veículos. A cada l

A EDUCAÇÃO NA MARCA DO PÊNALTI

Quando assumi, em Janeiro de 1997, o cargo público de Secretário Municipal da Educação de Piracuruca, tinha como única certeza o enfrentamento de um dos maiores desafios da minha vida; responsabilidade que cessaria dali a quatro anos. Quis a história que o destino alongasse essa estada e, ali fiquei por mais quatro. Em dezembro de 2004 estava cumprido um curto “pontificado” em se tratando de educação, mas longo na vida de um professor que por quase uma década serviu como gerente de um sistema educacional. As lembranças dessa travessia remetem-me a recordações de inúmeras batalhas travadas com muito mais coragem que munição para enfrentar os inimigos, muito mais vontade de vencer que as possibilidades. Obras físicas, adoção de novas posturas, quebra de paradigmas seculares, e novas práticas, até hoje testemunham o que foi o alicerce e o soerguimento das paredes dessa construção. Dois anos e meio depois da retirada, por mais que eu tenha buscado, e mesmo podendo enumerar saldos positivos

PROFESSOR: ENSINAR OU APRENDER?

Meus 15 anos no magistério foram trazendo pouco a pouco a mim esta inevitável pergunta. No trabalho em sala de aula durante anos, depois como gerente do sistema de educação da minha cidade, em outro punhado de tempo, não me colocaram mais distante desta paradoxal realidade. Agora, de volta à sala de aula, encontrei muito mais razões para ensaiar uma destemida jornada em busca de uma possível resposta. Escuto em todos os setores das escolas que há uma crise generalizada; que os alunos precisam de acompanhamento psicológico, que os estudantes dos nossos dias perderam o interesse pela importância do saber, que o sistema educacional está ruindo. Comecei a pensar sobre tudo isto e aos poucos fui encontrando mais e mais interrogações que me parecem dizer que há uma apressada necessidade para indicar um responsável por tudo isso, antes que todas as coisas possam ser reviradas e examinadas. Quanto a mim, honestamente, o meu dedo indicador não se dispõe a apontar ninguém como o vilão desta prop

NOCAUTE TÉCNICO NO RINGUE DA BAND

A rede bandeirantes de televisão realizou na noite de ontem, 08 de outubro de 2006 o primeiro debate sobre a eleição presidencial em seu segundo turno. Depois de ter passado o tempo inteiro fugindo dos debates, e alardeando vitória no primeiro turno, o que como vimos não vingou, a presença do atual Presidente da República nesse debate de ontem cercou-se de grande expectativa pelo país inteiro. - Menos arrogante, o que, afinal, vai responder o Presidente a tantas indagações do povo brasileiro? Passado o duelo, não tenho como esconder minha profunda decepção, que certamente compartilho com milhões de brasileiros, ao assistir o primeiro mandatário da nação perdido, vacilante e evasivo. O país que foi dormir ontem, hoje despertou indubitavelmente questionando-se como uma nação gigantesca, como a nossa, permitiu-se por quase quatro anos até aqui, ser envolvida, lograda e ludibriada. Temos assistido por todos os meios de comunicação há mais de um ano o desenrolar do maior rosário de denúncia

EMOÇÃO QUE RIMA COM DESILUSÃO

Após o resultado das eleições estaduais deste ano em Piracuruca, vi a euforia das comemorações extrapolando os limites da lucidez e avançando sobre o pantanoso território da fantasia e da ilusão. Lembrei-me dos caminhantes do Saara que, sedentos e alquebrados, encontram miragens maravilhosas diante dos seus olhos; estão mais propensos a sonhar que a realizar o que há de fato adiante. Aqui, no fervor da emoção e do devaneio, já começam a confundir sucessão estadual com municipal. Nunca se viu no Piauí tanto dinheiro investido num projeto de manutenção de poder. O partido dos trabalhadores, antes pedinte das calçadas, não teve constrangimento algum em derramar milhões de reais na mais cara campanha eleitoral já vista na história. A origem das gigantescas cifras, na verdade, ainda é desconhecida para os piauienses, mas aí cabe ao ministério público debruçar-se sobre as investigações. O candidato governista ao palácio de Karnak veio para uma campanha à reeleição com a caneta e as chaves do

ONDE NÃO TEM ONÇA, VEADO ESCARAMUÇA

Não faz tantos dias que se ouvia por todos os cantos do Piauí um refrão que, de tanto se repetir, até pareceu mesmo verdade para milhões de pessoas. “A boa nova” falava que o Piauí está em dia, a segurança está em dia, e tantos outros dias que, certamente, haveremos de conhecer agora, depois da euforia do refrão. Minha primeira interrogação vai agora, para a segurança pública em Piracuruca. Há quase um mês não temos delegado de polícia. Sem comando, os policiais lotados na delegacia desdobram-se em realizar trabalhos esporádicos. Enquanto isso, a criminalidade, valendo-se desta irresponsável omissão governamental, organiza-se e já promove uma onda de arrombamentos, roubos e furtos, deixando uma cidade inteira sob o signo do medo; e muitas vezes, o que é pior, entre o fogo cruzado de balas trocadas entre grupos criminosos rivais. O delegado regional que se senta em sua cadeira há mais de 40 quilômetros de Piracuruca, na vizinha cidade de Piripiri, é a pessoa que está respondendo legalme