O TEMPO COM TEMPO PARA PENSAR

Quando o tempo é bom para refletir eu sempre quero começar com a filosofia helênica; o que me remete, desta vez, a um curto verso do célebre poeta Eurípedes: “O tempo dirá tudo à posteridade; mesmo que nada lhe seja perguntado”.

Sim, um dia será assim por ali, naquelas terras acolá; onde tantas águas ainda passarão tranquilamente sob a ponte, e onde há, também, acreditem, quem que não se fazem parcelas, mas não se bastam; querem mais (ou menos); vão além e amiúdam-se, ainda mais, ante um submundo tacanho e inservível; ou, quem sabe, servindo sim, em última análise, de mal exemplo; o que os fazem, enfim, ter uma razão compreensível e bisonha de ser e/ou existir. Que fazer? “Você nunca vai chegar ao seu destino se parar e atirar pedras em cada cão que late”, muito bem disse o ex-primeiro ministro inglês Winston Churchill.

Mas nem todos estão surdos, nem todas as bocas estão mudas, nem todos os olhos estão míopes. Não vai muito longe aquele tempo; duros tempos de vidas imersas num pessimismo angustiante de poucos horizontes, pouco respeito e implacáveis descasos; no leito esquecido do hospital doente na uti; no banco escolar sem lápis na mão, sem livro, sem organização; no cansaço de vozes roucas de “gente que quer mudança, que já cansou de esperar”.

Muitos deles, milhares deles sabem onde e como tudo começou. O que foi, o caminho e a chegada aqui. A obra construída e a camisa suada do operário são indivisíveis, florescem qual baobás que desafiam o tempo porque a força para construir com boa vontade tem corpo e alma atemporais. Mas, ainda assim, nunca é demais repetir o que disse o ex-presidente americano John Kennedy: “Às vezes é preciso parar e olhar para longe, para podermos enxergar o que está diante de nós”.

Por lá, no entanto, hoje uns poucos querem falar e tentar confundir muitos. O mundo nunca vai girar incólume ao risco da infâmia dos maus. O tempo, porem, dá tempo para pensar. Se todos sabem que perfeição é uma utopia, certamente sabem, também, que, por outro lado, há quem pode fazer muita falta.

Para concluir, para todos que vivem ali como se fossem uma cidade de pedras, como se fossem filhos de uma lenda; para que nunca seja esquecido; fica o pensamento do filósofo francês, Voltaire: “Só os operários sabem o preço do tempo e se fazem pagar por ele”.

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