Em qualquer parte do mundo sabe-se que o Brasil é o país do futebol, afinal é o único a participar de todas as copas do mundo, é o único a conquistar o título de campeão mundial por cinco vezes e, atualmente, o maior exportador de craques para o futebol europeu. Mas o que talvez o mundo não saiba é que o Brasil é o único país do mundo que um campeonato mundial de futebol tem mais significado para os brasileiros que a sua própria pátria.
Realiza-se nestes dias a copa do mundo da Rússia e pelo Brasil inteiro as ruas, casas e carros estão enfeitados com faixas, flâmulas e bandeiras nacionais. Estamos na temporada do hino nacional voltar a emocionar e cada um ostentar a razão maior de ser brasileiro: ter um time de futebol repleto de estrelas com salários milionários, ídolos inspiradores para um sucesso rápido e dinheiro fácil.
Até aqui nada fora do normal, mas estranhamente, passados os jogos, vencedor ou não, evapora-se o patriotismo das chuteiras. E então o que era uma nação vibrante, unida orgulhosamente torna-se outra. Porque um governo afunda-se na corrupção, porque um político enriquece com propinas, porque o parlamento está minado por condutas criminosas, os fervorosos patriotas da copa do mundo dizem envergonhar-se de ser brasileiro, não ter razões para içar sua bandeira e não ver mais orgulho algum ao ouvir o seu hino. Estranho patriotismo, não!?
Seriam essas razões convincentes? Uma pátria é um governo? Um país é um escândalo de corrupção, mesmo que seja o maior do mundo? Uma nação é um partido político que se tornou uma organização criminosa? Não, ouso responder! A pátria é o lugar de um povo, o território no qual direitos são garantidos, deveres são exigidos. A Pátria não é um governo, um corrupto, uma pessoa ou um parlamento. A Pátria é o lugar onde as instituições, como a família, a escola, a igreja, os poderes constituídos e outras, têm solidez para assegurar respeito e segurança aos cidadãos.
Somos uma jovem democracia que se fortalece a cada dia, é certo; mas carece de amadurecimento que se faz com o tempo e a participação do povo no processo de aprimoramento. Escolher bem os governantes, por exemplo, é uma tarefa de todos. Com melhor conscientização da cidadania na hora de votar a qualidade dos governantes será também melhor e, consequentemente, o país será melhor.
Em todos os países do mundo onde já estive, Argentina, Alemanha, França, Bélgica, Holanda, Portugal, Suíça, Lichtenstein e Luxemburgo, o patriotismo e o nacionalismo é uma marca muito forte e presente em todos os lugares. Mas foi na Argentina onde ouvi a melhor explicação para o fortíssimo e emocionante patriotismo naquele país: “A Argentina não é Cristina Kirchner nem Mauricio Macri, a Argentina é a minha terra, o meu país”.
Estamos certos em agitar a nossa bandeira nacional, enfeitar nossas ruas com verde e amarelo e arrepiar com o nosso hino na hora de torcer pela nossa seleção na Rússia, mas sem prazo de validade. Nas cores da nossa bandeira, no arrepio do nosso hino, no orgulho de ser brasileiro, todo dia e toda hora, está o orgulho de sermos filhos desta terra.
Nossa nação é onde realizamos nossos sonhos e levamos adiante nossas vidas. Torná-la melhor é um desafio nosso, na medida que valorizamos mais esta gigantesca nação continental.
Comentários
Postar um comentário