O TEMPO COM TEMPO PARA PENSAR

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Quando o tempo é bom para refletir eu sempre quero começar com a filosofia helênica; o que me remete, desta vez, a um curto verso do célebre poeta Eurípedes: “O tempo dirá tudo à posteridade; mesmo que nada lhe seja perguntado”. Sim, um dia será assim por ali, naquelas terras acolá; onde tantas águas ainda passarão tranquilamente sob a ponte, e onde há, também, acreditem, quem que não se fazem parcelas, mas não se bastam; querem mais (ou menos); vão além e amiúdam-se, ainda mais, ante um submundo tacanho e inservível; ou, quem sabe, servindo sim, em última análise, de mal exemplo; o que os fazem, enfim, ter uma razão compreensível e bisonha de ser e/ou existir. Que fazer? “Você nunca vai chegar ao seu destino se parar e atirar pedras em cada cão que late”, muito bem disse o ex-primeiro ministro inglês Winston Churchill. Mas nem todos estão surdos, nem todas as bocas estão mudas, nem todos os olhos estão míopes. Não vai muito longe aquele tempo; duros tempos de vidas imersas

AINDA HÁ HOMENS HONESTOS NO BRASIL


“Ainda há juízes em Berlim”. A sentença foi pronunciada por um simples e pobre aldeão na Alemanha do século XVII durante uma batalha judicial contra o todo poderoso, Frederico II, “O Grande”. Era uma clara declaração de confiança no judiciário do seu país. A mesma sentença caberia bem neste momento brasileiro se bem adaptada para: “Ainda há homens honestos no Brasil”.

Fico preocupado quando ouço o uníssono grito das pessoas pelas ruas deste país em tom de desencanto e desconfiança em tudo e em todos. Eles não querem acreditar em ninguém mais, e tomam todos pelos piores exemplos da política brasileira.

Como dizer para essa multidão incrédula que o pior que uma nação pode perder é a esperança? De tanto desprezarem as virtudes, de tanto abusarem, de tanto desviarem e roubarem o dinheiro público, os políticos brasileiros acabaram por também roubar, criminosamente, o otimismo, os sonhos e a esperança de milhões de pessoas.

No entanto, o que se passa no Brasil, não se passa em Piracuruca, por exemplo; as práticas criminosas que criaram no Brasil o maior esquema de corrupção do mundo, não rimam, não colam, não se conectam com o modelo administrativo de Piracuruca; que prima pelo respeito as leis , aplica os recursos com lisura e presta contas com transparência.

Ontem o Tribunal de Contas do Piauí - TCE, a corte maior de fiscalização e julgamento das contas dos gestores públicos do estado, julgou e aprovou sem restrições o exercício de 2015, último ano apreciado da terceira gestão do prefeito Raimundo Alves Filho; sim, ontem foi a décima-segunda vez que suas contas foram aprovadas.

Alguém pode dizer que a admirável marca não deve ser vista além da obrigação de qualquer gestor de recursos públicos, ao que ratifico prontamente, mas vou além; digo que antes é preciso ser um cidadão, é preciso ser íntegro e responsável no dia a dia pessoal, na competência e no compromisso profissional, é preciso ter o valor de construir e zelar por um nome que se alicerce na honradez e não apenas a obrigação, o que aliás é o que o povo brasileiro mais se ressente nos últimos tempos.

A falta do puro e simples cumprimento de obrigações é tudo que se ver nas manchetes dos nossos dias a todo instante. Mas apesar de vergonhoso e degradante isso não tira de cada um a capacidade de indignação e a força para impedir bravamente que aqueles que imergem na corrupção levem embora também as lânguidas esperanças de uma grande nação.

É animador saber que, certamente, outros modelos administrativos como o de Piracuruca espalham-se por este país. Tranquiliza ver o judiciário, seguindo o princípio da ampla defesa e do contraditório, ser capaz de julgar e punir o mal fadado comando da indecência e asseclas.

Não tenho aqui o propósito de cultuar a personalidade deste ou daquele, tampouco tentar descrever quadros perfeitos e irretocáveis, mas como o simples aldeão alemão também dizer: “Ainda há homens honestos no Brasil”.

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